Lourival sempre foi um bom marido. Dedicado, nunca me deu motivo para desconfiança. Ao contrário, minha confiança nele sempre foi cega. Ser cega é um jeito bom de ser mulher. "O que os olhos não veem o coração não sente", minha mãe já repetia, com sabedoria. O que está oculto não é vivo. Repousa no silêncio da existência e nos priva de choros e manifestações vergonhosas. Chorar é tão vergonhoso! Tossir também. Tenho vergonha de tudo o que me expões frágil. Tosses e choros andam de mãos dadas. Nascem pelos mesmos motivos. (MELO, Pe. Fábio De. Mulheres cheias de graça, 2015, p.108).
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