A ateia.

Eu queria acreditar que essa vela acessa fosse capaz  de estabelecer uma ponte entre a minha  necessidade e a benevolência de Deus, mas não posso. Olho para essa cera perdendo a consistência  e a única certeza que me ocorre é a de que o Marcelino do mercadinho está tendo muito lucro com a fragilidade do mulherio. Maços e maços de velas são queimados todos os dias nos silêncios dos desesperos. As causas são muitas. É marido que não volta, ferida  que não cura, emprego que não chega, plantação que não vinga. As velas nascem das precariedades. (MELO, Pe. Fábio De. Mulheres de aço e de flores, 2015, p.55).


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